Marcelo Copello - VEJA RIO
12h57 07/08/2012
Em seus primórdios, o vinho raramente era bebido puro. Os antigos gregos consideravam o consumo do fermentado em seu estado natural uma prática de bárbaros, avessa ao bom gosto. O néctar de Dionísio, ou Baco, era diluído em água (normalmente do mar), adoçado com mel e temperado com as mais diversas especiarias. Preparar o vinho era uma verdadeira arte, destinada aos symposiarcas, os primeiros sommeliers ou bartenders da história. Ao que parece, estas misturas à base de vinho talvez tenham sido os primeiros coquetéis de que se tem notícia. Daí em diante, a criatividade dos bebedores foi amplamente usada a serviço das misturas, e não se limitou a usar apenas vinho como base alcoólica. Alguns drinques tornaram-se clássicos, quase tão importantes quanto a bebida pura que lhes serve de base.
Mas todo amante de coquetéis sabe: um drinque, para tornar-se famoso, precisa ter berço e história, como uma espécie de certidão de nascimento ou carteira de identidade. Os verdadeiros clássicos costumam ter muitos inventores, reproduzir várias “receitas originais” e estar cercados de lendas. Não raro é impossível determinar com precisão a verdadeira origem.